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LGBTQIA+ Após dois anos, Parada Livre volta à Redenção com ‘luta e alegria’ - por Duda Romagna - Créditos Sul21

LGBTQIA+    Após dois anos, Parada Livre volta à Redenção com ‘luta e alegria’; veja fotos.

Em sua 25ª edição, o tema foi “Contra o ódio, luta! Essa bandeira é de todes”  - por Duda Romagna - Créditos Sul21





25ª Parada Livre acontece na Redenção. Foto: Joana Berwanger/Su21

25ª Parada Livre acontece na Redenção. Foto: Joana Berwanger/Su21

Porto Alegre recebeu na tarde deste domingo, no Parque da Redenção, a 25ª edição da Parada Livre. A manifestação e ato cultural iniciou ao meio-dia, com apresentações artísticas. Já a marcha ao redor do parque, com trios elétricos, aconteceu por volta das 16h, e as programações seguiram até às 22h, em palco montado próximo ao espelho d’água. A parada contou com apresentações musicais, performances de drag queens e grupos de dança. Ainda, o evento teve diversas manifestações políticas contra o governo Bolsonaro.

Célio Golin, militante do Grupo Nuances e organizador da parada, conta sobre o cancelamento das últimas edições da parada, por conta da pandemia, que se prolongou por mais tempo do que se esperava. Apesar disso, ele saúda o fato de a população LGBTQIA+ ter, de novo, um evento para mostrar a sua alegria e a sua luta.

“Dois anos sem parada é um impacto, porque é um evento que já vem, há 25 anos, fazendo parte da cidade, da vida de milhares de pessoas. A volta da parada tem um significado especial para a população LGBTIQIA+ de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, porque congratula de novo essas pessoas num evento, que é político, é alegre, mas faz com que as pessoas desenvolvam uma identidade, um laço afetivo muito forte, porque é um momento de êxtase. É um momento das pessoas realmente extravasarem, porque elas têm uma vida comum, e muitas uma vida muito sofrida de descriminação, então a parada consegue mudar esse cenário, mudar a perspectiva, e trazer uma outra forma de estar no mundo”, diz.

Célio Golin, militante do Grupo Nuances. Foto: Joana Berwanger/Su21

Este ano, parte do financiamento do evento vem do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e o banco Santander, pelo fechamento da exposição “Queermuseu: cartografias da diferença”, em setembro de 2017. Célio lembra que a ação que resultou na condenação do banco foi ajuizada pelo Nuances. “Nós representamos no Ministério Público Federal para que o Santander reabrisse a exposição. Na negativa do Santander, houve uma multa que o MPF estabeleceu ao Santander e foi aberto um edital para a sociedade civil. Essa parada é fruto desse edital. Ou seja, nós transformamos aquele crime, aquela atitude conservadora, em um espaço de luta”, afirma.

Renata dos Anjos, fundadora do Mães pela Diversidade no estado, destaca que a entidade passou os últimos dois anos fazendo o trabalho interno de acolhimento de novas mães e novos pais. “Muitos deles nunca viveram esse momento, de estar numa festa, de poder mostrar o seu orgulho, seu amor. Mostrar que ser mãe e pai de LGBTQIA+ é um orgulho para a gente, que nossos filhos não têm nada de errado. É uma alegria enorme estar de volta aqui”, diz Renata.




Coletivo Mães pela Diversidade. Foto: Joana Berwanger/Su21

A respeito do financiamento da parada, ela expressa que é exemplo significativo da onda conservadora que o Brasil vive. Ela lembra ainda que a associação Mães pela Diversidade surgiu justamente em resposta a uma fala do presidente Jair Bolsonaro, quando ainda deputado, em que ele disse que nenhum pai ou mãe “teria orgulho de ter um filho homossexual”.

“Nós formamos a associação para lutar contra tudo isso que está aí. A gente nunca esperava um retrocesso tão grande e estamos aqui com as nossas famílias, os nosso filhos e filhas, para mostrar toda a nossa alegria e o nosso amor”.

Estavam presentes no evento representantes da política local, como as deputadas federais Maria do Rosário (PT) e Fernanda Melchionna (PSOL). A deputada estadual Luciana Genro diz que o retorno da parada significa uma retomada da mobilização presencial da comunidade LGBTQIA+ em um momento crucial da história do Brasil. “É um momento em que a gente precisa derrotar o Bolsonaro, enfraquecer a extrema-direita e construir uma alternativa independente de esquerda coerente”.

Maria Laura Granada conta que se emocionou ao se apresentar no palco com a volta da parada e saudou o fato de que, com os recursos da oriundos da multa aplicada ao Santander, os artistas conseguiram ser pagos pelas apresentações.

Maria Laura Granada. Foto: Joana Berwanger/Su21

Este ano, uma novidade foi a estreia da Rua dos Direitos, espaço em que organizações sociais e instituições públicas apresentaram seus projetos e ações para a comunidade. Durante o último mês, mais de duas dezenas de atividades de apoio à Parada Livre foram organizadas por pequenos negócios parceiros, entre promoções, festas e lançamentos de lanches e drinks.

O evento foi organizado pelos coletivos Nuances, Igualdade, SOMOS, Outra Visão, G8 – SAJU/UFRGS, Juntos LGBT, Mães pela Diversidade, Escoteiros do RS, Homens Trans em Ação, Bloco da Diversidade, Coletivo Amora, NUDS- Núcleo de Diversidade do Sintrajufe/RS, Instituto Teia – Direitos Humanos, Transenem, Rede Lés-Bi, Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids – RS e Homens Negros Trans e Transmasculines em Diáspora.

Confira mais fotos: 

 Foto: Joana Berwanger/Su21
Foto: Joana Berwanger/Su21
 Foto: Joana Berwanger/Su21
Foto: Joana Berwanger/Su21
Foto: Joana Berwanger/Su21

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