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LFS LGBTQIA+ ---- Ato em SP pede justiça por Carol Câmpelo, jovem lésbica brutalmente assassinada no Maranhão

LESBOCÍDIO

Ato em SP pede justiça por Carol Câmpelo, jovem lésbica brutalmente assassinada no Maranhão

“Foi lesbocídio”, afirma o chamado do protesto, marcado para a próxima segunda-feira (18) às 18h na praça do Ciclista

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
Ana Caroline tinha 21 anos, vivia com a companheira e queria ser bombeira - Reprodução

Coletivas lésbicas articuladas nacionalmente convocam uma manifestação para a próxima segunda-feira (18) na capital paulista, pedindo justiça em reação ao assassinato de Ana Caroline Sousa Câmpelo. A jovem lésbica de 21 anos foi morta com requintes de crueldade, no último domingo (10), em Maranhãozinho, cidade que fica a 232 km de São Luís (MA). O ato em São Paulo será às 18h na praça do Ciclista. 

A jovem, nascida em Centro do Guilherme (MA) tinha se mudado há poucos meses com a companheira para a cidade. Trabalhava na loja de conveniência de um posto de gasolina e foi vista pela última vez por uma vizinha, sendo abordada por um homem numa motocicleta. O seu corpo foi encontrado pela Polícia Militar em uma estrada vicinal, sem a pele do rosto, o couro cabeludo, os olhos e as orelhas.  

O enterro de Caroline na quarta-feira (12) na sua cidade natal ganhou ares de protesto, reunindo amigos e familiares que caminharam com faixas pedindo justiça. O caso, classificado por pessoas próximas a Carol e coletivas de lésbicas feministas como lesbocídio, está sendo investigado pela Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI). 

“Não podemos deixar passar” 

Entre as reivindicações do ato de segunda-feira (18), estão a imediata investigação do lesbocídio de Ana Caroline e todos os casos do tipo no Brasil; a implementação de um calendário nacional de enfrentamento ao lesbocídio; e a criação de instrumentos de pesquisa e registro para a produção de dados sobre a população lésbica no país. 

“É preciso falar da morte de lésbicas que cresceu mais de 200% nos últimos três anos de acordo com o Dossiê do Lesbocídio e evidenciar a motivação desses crimes”, defende a ativista Anne Santos, fundadora do @desfeminilizei e uma das organizadoras do protesto.  

“É difícil falar sobre isso, porque quando a gente está falando da sigla LGBT, é como se todas as violências cometidas contra esse grupo fossem iguais, mas não são. A gente está tratando de uma violência específica, que envolve misoginia. Por isso que a gente chama de lesbocídio”, explica Santos.  

Para a ativista, mesmo em espaços do movimento LGBTQIA+ é preciso batalhar para que esta pauta tenha visibilidade. “Na sociedade, a lésbica desfeminilizada é a lésbica visível. Então é aquela história né, você pode ser lésbica, desde que as pessoas não percebam que você é”, contesta.  

Em contato com pessoas próximas a Carol, Anne conta que a sensação é de silenciamento do caso, apesar de ele ter chocado a população da região. “Prestamos acolhimento à esposa dela, que está muito abalada, mas aparentemente o que a família está pedindo é que esse caso não seja esquecido e que a morte de Ana Caroline tenha justiça”, afirma Anne.  

“Ainda sentimos a perda da Luana Barbosa e das outras irmãs que a violência masculina tirou da gente”, afirma a convocatória da manifestação: “Não podemos deixar passar”. Segundo Anne, a proposta é que outros atos sejam organizados pelo Brasil.  

Projeto de Lei Luana Barbosa 

Luana, uma mulher negra, lésbica e periférica foi espancada até a morte por policiais militares em Ribeirão Preto (SP), em 2016. O episódio ganhou repercussão nacional e internacional. Agora, a mobilização em torno da justiça por Carol levanta a demanda pela aprovação do Projeto de Lei 1.667/2023, que leva o nome de Luana e tramita na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.  

O texto, inicialmente proposto pela deputada estadual Mônica Francisco (PSOL-RJ) e idealizado pela editora da Revista Brejeiras, Camila Marins, prevê campanhas e ações públicas no combate à violência contra mulheres lésbicas.   

“Queremos a aprovação do PL Luana Barbosa, mas o que reivindicamos é um calendário nacional de enfrentamento ao lesbocídio”, salienta Anne Santos.  

Edição: Rebeca Cavalcante




Créditos BdF

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