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Saúde amplia acesso de pessoas trans a procedimentos ginecológicos e urológicos

Créditos G1.


Saúde amplia acesso de pessoas trans a procedimentos ginecológicos e urológicos

Com a mudança, determinados exames, cirurgias e outros procedimentos, como ultrassonografia pélvica, exames de próstata e mamografia, deixam de ter restrição de gênero

Por meio de portaria, o Ministério da Saúde ampliou o acesso a exames por pessoas transexuais, eliminando a restrição de gênero de determinas procedimentos médicos
Por meio de portaria, o Ministério da Saúde ampliou o acesso a exames por pessoas transexuais, eliminando a restrição de gênero de determinas procedimentos médicoswarodom changyencham/GettyImages

Gabriela Maraccinida CNN*

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O Ministério da Saúde alterou as restrições de gênero de 271 procedimentos médicos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) como forma de ampliar o acesso a exames, cirurgias e outros procedimentos por pessoas transexuais e travestis. A medida foi publicada por meio da portaria SAES/MS Nº 1.693, no Diário Oficial da União, no dia 10 de maio.

revisão foi feita considerando uma liminar proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no escopo da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 787, que determina ao Ministério da Saúde a adoção de medidas para adequação e atualização dos sistemas de informação, incluindo o SIA-SUS (Sistema de Informação Ambulatorial) e o SIH-SUS (Sistema de Informação Hospitalar).

Antes da medida, determinados exames e procedimentos ginecológicos ou urológicos só poderiam ser feitos por um ou por outro sexo, feminino ou masculino. Isso dificultava o acesso de homens transexuais a exames ginecológicos e obstétricos e de mulheres transexuais e travestis a exames urológicos e proctológicos, por exemplo, por terem mudado a informação do sexo em seus documentos de identificação.

Em matéria publicada anteriormente na CNN, o ginecologista Sérgio Henrique Pires Okano, professor da USP e membro do departamento científico LGBTQIAP+ da Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual (Abemss) explica que, apesar das mudanças, o corpo dos homens trans possuem órgãos reprodutores femininos e que o acompanhamento médico para essa população deve ser contínuo, assim como o acompanhamento das mulheres cisgênero (que se identificam com o gênero atribuído no nascimento).

Isso também vale para mulheres transexuais, que necessitam de cuidados de saúde especializados, determinados de acordo com o que está sendo ou já foi realizado para a transição de gênero, de acordo com Caio Portela, do Núcleo de Cuidados em Saúde para Pessoas Trans do Hospital Sírio-Libanês, também em matéria já publicada na CNN. O acompanhamento médico e multiprofissional permite uma abordagem mais completa da saúde.

O que mudou?

Por meio da portaria, a pasta modifica, na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS, o atributo sexo, adotando o termo “ambos” para procedimentos como mamografia, ultrassonografia pélvica e transvaginal, consultas pré-natal, mastectomia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, parto, entre outros. Com isso, não há mais restrição de gênero para a realização desses procedimentos.

Entre outros exames e procedimentos contemplados pelas mudanças, estão:

  • Ultrassonografia de bolsa escrotal;
  • Ultrassonografia de próstata;
  • Tratamento hormonal preparatório para cirurgia de redesignação sexual;
  • Tratamento de ginecomastia;
  • Radiografia de câncer ginecológico;
  • Radioterapia de pênis;
  • Radioterapia de próstata;
  • Biópsia do colo uterino;
  • Colposcopia;
  • Teste rápido de gravidez;
  • Vasectomia.

Veja a lista completa de exames atualizados da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS aqui.

*Com informações de Lucas Rocha e Simone Machado

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